segunda-feira, abril 14, 2008

Onde a milícia quer chegar II???

Está sendo aprovado na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) uma proposta que pode regulamentar as milícias. O projeto de autoria do deputado “Matarindo” (DEM) dá o nome de polícia comunitária aos grupos armados que atualmente controlam as favelas e morros cariocas. A aprovação teria a finalidade de transformar as milícias em uma polícia auxiliar às polícias Civil e Militar, tendo como integrantes ex-policiais.

É bom lembrar que o autor do projeto é suspeito de envolvimento com grupos armados na zona oeste do Rio. Já o relator da proposta, é Jorge Babu (PT), esse sim , ex-policial, citado em um relatório da corregedoria da Polícia Civil como suposto chefe de milícia também da Zona Oeste.

É necessário ver nesse momento aonde termina o poder da polícia e onde começa o poder das milícias. Em comunidades onde o poder público é ausente a simpatia por traficantes é algo notório, pois os mesmos prestam a assistência que o Estado nega. No entanto, no momento em que as milícias crescem, com suas políticas de cobrança de propinas e intimidação dos moradores, surge na população um certo repúdio, pois a presença das milícias representa uma extensão do Estado, Estado este tão ausente em suas políticas públicas. Se os moradores das comunidades carentes pudessem se manifestar, certamente prefeririam não ter nenhum poder de comando sobre eles, mas, como o Governo não está interessado em opiniões paralelas, e também não tem outra solução melhor para resolver o problema, ficamos a mercê daqueles que se aproveitam da situação para obter algum lucro, utilizando-se de recursos para beneficiar alguns, arquivando processos de outros, legalizando práticas ilícitas e até garantindo, porque não, um emprego quando terminarem seu mandato.

A proposta foi encaminhada ao Governador Sérgio Cabral.

Num futuro bem próximo, quando as milícias dominarem as favelas e comunidades do Rio o que as impedirá de cobrar por seus “serviços de segurança” aos comerciantes, donos de estabelecimentos, moradores dos condomínios, Shopping Centers e a todas as comunidades também “carentes” que residem no asfalto? O Estado aqui também é ausente, menos na Zona Sul, é claro.
É aquele velho ditado: Se não pode com eles…

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